08/01/2013

Saga Derinarde II – Capítulo 017

No Capítulo anterior...

Acho que todo psicólogo tem um problema de “toc”, só sabe trabalhar com hora cheia.
Eu me despedi prometendo que á visitaria uma vez a cada quinze dias.
Entendi que loucos não passam por consulta, fazem visitas.

Continuação...

Ao sair, Rabelo, muito solícito já havia chamado o elevador e disse:
- Lindinhu, não precisa marcar consulta, quando quiser aparecer é só ligar, a Dra. Taia(pausa)colo estará á disposição.
Já na rua fiz sinal para um táxi que passava.
- Cidade Universitária, por favor.
A taxista era bem baixa e olhava sobre o volante com algum esforço. Um pouco mais atento eu vi que tinha feições e aparência de uma criança.
- Você é menor de idade?
- Negativo senhor. Tenho trinta e dois anos, mas não fique constrangido, todo mundo pensa isso, embora não falem.
- Qual o seu nome?
- Elo Vessoni, senhor. Sou taxista há oito anos e essa é a melhor profissão do mundo.
- É, há gosto para tudo, Elo.
- Senhor, tem gente que fica fulo com o transito, xinga motoqueiro, acha que motorista de ônibus e folgado, mas assim ó, eu ganho para dirigir, se vou mais rápido ou mais devagar não importa, continuo sendo paga para dirigir. Agora, esse pessoalzinho que vive com pressa que compre seu tele transporte particular.
- Senhor, passo meu dia fazendo o que gosto, dirigir, converso com as pessoas mais diferentes que se possa imaginar, quer coisa melhor?
- Imagine o senhor que outro dia levei uma senhora que achava que era cachorro...  
Em vinte minutos estávamos nos portões da Cidade Universitária, e após algumas explicações na portaria, estávamos no prédio da Poli, o que me poupou de ouvir história da mulher que pensava que era cachorro.
Paguei o táxi e entrei no prédio.
Minha maior dificuldade foi encontrar alguém num local que não tem recepção. Fui entrando sem destino.
Ao cruzar com pessoas de avental perguntava:
- Dra. Elen?
- Onde encontro Dra. Elen?
Todos apontavam para frente e para os lados, mas não davam uma resposta verbal.
Serão que suas línguas eram cortadas para garantir o sigilo? Pensei.
Entrei em uma sala cheia de bancadas, com cabos e dutos de ar comprimido pendurados. Pareciam bancadas de montagem de liquidificador ou algo do gênero.
Passeei por toda a sala e tive a nítida impressão de ser invisível ou aqueles caras eram robôs.
Precisei pegar no ombro de um deles para perguntar:
- Onde está a Dra. Elen?

  Continua...


 “Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
Os textos e imagens aqui constantes foram em parte ou todo coletados na internet.  http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/

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