No Capítulo
anterior...
- Preste atenção para subir e
principalmente para descer. O amortecimento da descida é mais importante que o
movimento para impulsionar. Fez-me repetir diversas vezes.
Cassia Raquel virou-se para Ricardo
Régis que assentiu com a cabeça.
- Agora Deri, esta vendo aquela barra
que sustenta o telhado, lá encima, em azul? Perguntou Cassia Raquel.
Nori que estava do outro lado da quadra
filmando acendeu um holofote direcionado para o teto deixando o azul da barra
mencionada por Cassia Raquel, ainda mais azul.
Continuação...
Cassia Raquel continuou falando.
- Neste mesmo movimento você saltará em
direção á barra e retornará com o mesmo movimento. É importante retornar com o
mesmo movimento.
- Você está querendo dizer que eu vou
pular mais de dez metros de altura? Ah tá, conta outra. Falei desacreditado e
zombando da cara de Cassia Raquel.
- Você quer pegar as esferas novamente?
Cassia Raquel falou mais sério do que quando minha mãe me dava bronca ao fazer
alguma arte.
Eu me recompus, olhei para cima e
imaginei o movimento. Abaixar, saltar, cair, abaixar.
Cassia Raquel ainda disse algumas
palavras.
- Se alcançar a barra, não segure, caia
e repita o movimento de abaixar, ok?
Desacreditado de tudo, baixei.
Tudo ficou muito silencioso, não ouvia
mais nada, parece que meus ouvidos tinham tampões ou como se eu mergulhasse em
uma piscina e os sons ficaram lá em cima.
Ouvia minha respiração, meu coração.
Tudo se movia em câmera lenta, olhando
para a barra azul, calculando mentalmente a distância e força necessárias.
Desviei o olhar para Cassia Raquel que fechou o punho como que me desse algum
tipo de força extra. Voltei os olhos para a barra e saltei.
Saltei totalmente vertical e mesmo que
estivesse em uma velocidade acima do que jamais imaginara, parecia ainda estar
em câmera lenta, e subia. Eu subia alto, e continuava subindo. O mundo para mim
não existia mais. Somente uma barra azul existia. E a barra azul se aproximava.
Eu não sabia ainda se alcançaria, mas ela se aproximava, e mais perto, e perto.
Toquei com as duas mãos a tal barra azul, alta e distante.
O que foi que eu fiz? Mentalmente me
perguntava. Como fizera aquilo? Do que eu era capaz?
Minha mente fervia, borbulhava.
Ao mesmo tempo em que toquei a barra azul
comecei uma trajetória inversa. A descida.
Igualmente á subida, em minha mente o
tempo passava devagar. A impressão é que estava em um sonho onde as coisas
acontecem lentamente.
Bem agora eu estava descendo e era bom
eu me preparar para a chegada ao chão. Pensei então na tela de duzentas
polegadas. A bailarina subindo e descendo. Imaginei a chegada dela ao chão.
Espere aí.
Por que a bailarina
Eu fiz este movimento, eu sei fazer
isto.
Automaticamente ao tocar o solo,
apliquei o aprendizado e como um amortecedor de molas eu fiz um único movimento
para baixo e outro para cima.
Estava no chão.
Olhei para Cassia Raquel depois para
Ricardo Régis e perguntei para José Reginaldo que estava presente, mas não
disse uma palavra desde que adentrou á quadra:
- Vocês viram isso?
- Vocês viram o que eu fiz?
- Quanto tempo demorou?
Eu estava eufórico.
- Quase quatro segundos, três e quarenta
e dois milésimo. Gritou Nori do outro lado da quadra.
Continua...
“Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra
fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
Os textos e imagens aqui
constantes foram em parte ou todo coletados na internet. http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/
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