04/05/2013

Saga Derinarde II – Capítulo 117


No Capítulo anterior...

- Só para saber se você está colaborando direitinho, o que você vai fazer até lá? Desta vez peguei um chumaço de pelos de seu grosso bigode e o puxei como se fosse arranca-los se não ouvisse a resposta certa.
- Nada. Quer dizer esta semana, nada. Semana que vem vou buscar uma carga com Alexsandro Vieira, no porto de Santos. Só isso. Conforme ele falava eu puxava um pouco mais o seu bigode.
- Que dia, hora, detalhes.
- Quinta. Quinta-feira, onze horas da noite, cais, doca dezenove.
- Esteja lá então, senão eu volto para cobrar. Falei e soltei o bigode do infeliz.
Fui até a porta da frente. Abri-a e sai. A porta era de vidro transparente. Virei para Marcio que me olhava com os olhos esbugalhados de tão abertos, apontei para ele e dei um salto para a rua esperando impressioná-lo ainda mais.
Achei conveniente não visitar Alexsandro Vieira na mesma noite, pois Marcio Nonato iria alertá-lo e de qualquer forma eu já tinha o próximo ponto de encontro.

Continuação...

- Base? Ouviu a conversa? Perguntei enquanto saltava os postes á caminho de casa.
- Sim ouvimos, mas pela programação do porto, nenhum navio atracará na doca dezenove a semana toda, a doca dezenove está interditada. Informou Fernanda.
- Se você tivesse que desembarcar algo que não pudesse ser visto, que tivesse que esconder e que tivesse pouco movimento para olhos curiosos, onde faria isto? Perguntei para aguçar Fernanda.
- Uma doca interditada?  O retorno veio rápido.
- Isto. Marcio não mentiu, aliás, ele jurou pelo fio do bigode. Quinta-feira eu irei para Santos.
A noite havia terminado para MEIOPARDO.
Na manhã seguinte entrei em contato com Bene Junior, pois precisava de veículo rápido para locomoção.
- Bene tudo bem? Fiquei sabendo que você negocia motos usadas, tem alguma muito rápida por aí?
- Tenho sim, tenho um Honda CBR1100XX Blackbird, mas ela sofreu um acidente e está sem parte da carenagem.
- Vou aí dar uma olhada. Desliguei fui à oficina de Bene.

Chegando lá, Bene me informou das condições gerais da moto que estava ótima, porém a carenagem estava destruída.
- É você mesmo que faz estas carenagens? Perguntei para Bene que me conduzia á sua pequena fábrica de carenagens e capacetes.
- Aqui a gente tenta empregar materiais mais resistentes para evitar um dano maior nas motos e motociclistas. É artesanal, mas com muita dedicação achamos bons substitutos para o mercado.
- Estou trabalhando nesta Blackbird há duas semanas e amanhã estará pronta, mas se quiser a carenagem original, podemos encomendar e em uma ou duas semanas ela chega. Não entendi se era uma sugestão ou uma pergunta.
- O que esta que você está fazendo difere da original? Minha vez de perguntar.
- Esta é de PVC. Ela deforma, absorve impacto e não quebra. Protege as partes interna da moto e diminui a chance do motociclista ser atingido por estilhaços.
- Hoje em dia o PVC bem trabalhado e bem misturado é superior até ao aço. Finalizou dando a resposta para minha escolha.
- Eu que a sua carenagem, claro. Eu quero também uma cor escura e que não reflita a luz. Algo muito discreto. Tentei fazer Bene entender o que realmente eu queria, mas sem outros detalhes.
- Já sei, vai participar de racha? Não vai ter pra ninguém, esta moto é um espetáculo. Onde você corre? O assunto interessou muito Bene.
- Nada disso, é que gosto de motos e gosto de ser discreto também. Evita olho gordo.
Não sabia o que falar, então eu falei qualquer bobagem.

  Continua...


 “Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
Os textos e imagens aqui constantes foram em parte ou todo coletados na internet.  http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/

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