11/05/2013

Saga Derinarde II – Capítulo 123


No Capítulo anterior...

Isso! O calor dos motores que acabaram de passar por ali deixou um traço de temperatura no asfalto.
Com a aceleração mais forte, a Blackbird rodopiou, e segui o rastro. Conforme passava por vias mais movimentadas o rastro se confundia com outros de outros veículos.
Como já sabia a direção que seguiam fui mais adiante se me importar muito com estes rastros.
Na zona portuária é comum encontrar meninas de programa para atender  marinheiros que chegam do mar sedentos de um pouco de carinho, atenção e algo mais, e foi numa dessas esquinas que parei para decidir o caminho, que uma turma de sete mulheres se aprumavam quando ouvi uma delas:
- A VAN deve estar apinhada de turistas, se arrumem ai.
Olhei para o fim da rua e uma VAN branca seguida por uma pick-up vinham na direção das meninas.
Não foram as meninas, a VAN ou a pick-up que me chamou a atenção, mas a caixa na carroceria da pick-
up.

Continuação...

Era a mesma caixa desembarcada do cargueiro que depois desembarcou do rebocador e agora estava ali pertinho, sobre uma pick-up vermelha.
Com os pés afastei um pouco a Blackbird até atingir uma sobra da luz da rua. Eu estava quase invisível.
A VAN passou e em sua perseguição a pick-up vermelha que carregava uma caixa de madeira de aparente inofensividade.
Deixei que fizessem a curva lá na frente enquanto observava a decepção das meninas que não obtiveram resultados da expectativa de uma VAN farta de turistas endinheirados.
Comecei a segui-los.
Eu estava judiando da Blackbird, mantendo os quase cem quilômetros por hora, que meus seguidos mantinham.
Decidi ir á frente e acelerei.
Em alguns minutos estava na base. Larguei a moto e voltei para a estrada desta vez, utilizava os postes.
Como não tinham muitas alternativas e o caminho era único desta vez, fiquei esperando os veículos sob um viaduto da rodovia dos Imigrantes, o que dá acesso á Avenida dos Bandeirantes.
Em minutos estavam eles a seguir da mesma forma como os deixei, um atrás do outro.
Eles contornam o acesso á Avenida dos Bandeirantes e seguiram em direção á marginal do Pinheiros.
Pouco antes de chegar á marginal entraram a Berrini e eu seguia de perto, a cada poste, a cada curva.
Ao entrar na Berrini, eu já percebera que o destino seria a mansão de Marcio Nonato. E era mesmo.
Fizeram as manobras necessárias pelas ruas do Morumbi até apontarem no portão da mansão de Macio. O portão se abriu e a VAN seguido da pick-up adentraram.
O portão se fechou.
Não passaram cinco minutos e o portão se abriu deixando a VAN sair para destino incerto.
Do alto do poste percebi que a pick-up, Marcio Nonato, Alexsandro Vieira e dois seguranças armados permaneceram na mansão.
Os seguranças ficaram postados na área externa e receberam ordens de atirar antes de perguntar, á qualquer movimento que não fosse previamente avisado por Marcio.
Alexsandro e Marcio adentraram á residência e tomavam algo em copos largos com gelo enquanto esperavam algo, talvez uma ligação.
Achei que era hora de agir.
Vislumbrei a mesma vigia que usara outrora, aberta, e em um salto do poste e outro único do solo do jardim da casa encaminhei-me á esta vigia.
O vigias nada perceberam, pois, não imaginariam tal acontecimento. Sua atenção era para possivelmente alguém passando pelo portão ou, no máximo, apoiando uma escada no muro.
Dentro da saleta do escritório, já conhecido, caminhei até o corredor e o topo da escada.

  Continua...


 “Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.

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