29/06/2012

Saga Derinarde XVI – Primeiro dia de aula não foi Déjà vu


Acho que comentei no post passado que a mudança ocorreu no meio do ano e minha transferência para a nova escola foi muito rápida o que não ocasionou um dia de falta se quer.
O título possui o termo Déjà vu, e não é por acaso, pois já descrevi um primeiro dia de aula, (tramático) em http://www.derinarde.com.br/2012/06/saga-derinarde-xiv-primeiro-dia-de-aula.html , mas este foi um primeiro dia diferente.
Não foi traumático sentimentalmente, mas muito difícil didaticamente.
                                    
Enquanto na escola anterior estava aprendendo a alfabetização, lá pelas letras U, V, X e Z, nesta já era a cartilha “Caminho Suave”, com textos longos que eu nem sonhava que existissem.
                                     
Caminho Suave é uma obra didática, uma cartilha de alfabetização, concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima (1911-2001), que se tornou um fenômeno editorial. De acordo com o Centro de Referência em Educação Mário Covas, calcula-se que, desde 1948  quando teve sua primeira edição, até meados da década de 1990, foram vendidos 40 milhões de exemplares dessa cartilha.”
A gradeço até hoje minha professora Laís, pela paciência que comigo teve, pois foi minha maior incentivadora e que com sua ajuda, no fim do ano, fui o segundo melhor aluno de sua turma com nota 98, que na época ia de 0 a 100.
                                
A professora Laís era alta, magra e cabelo bem curtinho, tipo Joãozinho. Usava um par de óculos grande e escuro permanentemente, pois tinha um problema de sensibilidade na visão.
                      
Ela era muito enérgica, mas carinhosa ao mesmo tempo.
Nesta época respeitávamos os professores mais que nossos pais, mas nem por isso deixávamos a formalidade nos afastar.
                      
A escola era, no mínio, três vezes maior que a primeira e tinha além da área de recreio, toda cimentada e coberta, quadra poliesportiva, pomar e muita, mas muita área livre e verde com arvores e outras plantas, laboratório e biblioteca.
                        
Na entrada, perfilávamos antes de entrar para as salas e ás sextas-feiras cantava o Hino Nacional após um pronunciamento de Dona Margarida, a diretora da escola.
                          
O Maria Ribeiro, assim que chamávamos, pois o nome completo era muito longo: Grupo Escolar e Ginásio Professora Maria Ribeiro Guimarães Bueno, era referencia na região sul de São Paulo pelo seu ritmo acelerado de educação.
                   
O ensino á época era formado de primeiro a quarto ano primário e mais primeiro a quarto ano de ginásio, o que corresponde ao ensino básico hoje, e fiz os oito anos nesta escola.
Foi nesta escola que, guardado seu tempo, pois entrei com sete anos e saí com quinze, mas foi nela que dei meu primeiro beijo, que aprendi a fumar, que tive a primeira briga, a primeira iniciação sexual, não consumada (depois eu conto), a primeira expulsão de sala de aula, o primeiro braço quebrado, a primeira autópsia em sapo vivo, o primeiro banho de ovo no aniversário, a primeira namorada e muito outras primeiras vezes.
     
               

Naquela escola tinham aulas de Música e de Artes, de Moral e Cívica e Religião além das aulas convencionais, e comento isto, pois dou especial valor nestas aulas que infelizmente hoje não mais são ensinadas, uma pena porque nelas, por mais superficiais que pareçam é a parte mais importante de minha formação, na lógica, na cidadania, nas habilidades manuais e no respeito aos iguais.
   

Devo muito a esta escola. Tenho saudades.
                        
Tive muitos professores, amigo e tutores.
                            
Duvido muito que alguns deles ainda vivam.
                           
Mas engano meu pensar assim.
Eles vivem pelo que passaram para mim.
                  
Eles vivem dentro de mim.
Obrigado meus professores.
 





“Não use drogas, a vida é uma viagem”
Os textos aqui constantes forada dm em parte ou todo coletados na internet.  http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/

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