25/03/2016

Não importa se passaram dois mil anos ou as dose estações

O lojista o expulsou da calçada, pois já estava na hora de abrir loja.

Carregou seus caixotes de papelão que serviram de abrigo durante a noite.

Tropeçou na poça d’água. Tornou a juntar as tralhas e seguiu em frente.

A mulher lhe dá uma fruta e um pedaço de pão.

Um homem lhe entrega outra caixa de papelão desmontada.

A puta olha em seu rosto, vira e vai embora.

O peso da nova caixa o faz ir ao chão.

As “carolas” que conversavam não lhe dão atenção quando pede passagem.

Cai novamente ao desviar dos cavaletes postados na rua com obras.

Ao saltar a cerca do terreno que invade, suas roupas prendem e rasgam.

Já cansado cai “sobre” tudo que lhe resta.

Ali caído fica, até sabe-se lá quando.

Vários dias se passaram até que a ambulância e assistente social o recolhem.

Internado recebe banho, barba e um prato de sopa.

Em três dias retorna ás ruas.


0 comentários: